´´Ator, modelo, roteirista e diretor, Jorge da Silva nasceu em 1937, conhecido como Zózimo Bulbul, nome que adotou e se popularizou como um dos grandes da produção cinematográfica afrodescendente. Zózimo se destacou como um dos primeiros modelos negros brasileiro e como o primeiro protagonista negro de uma novela,fazendo par româncito com Leila Diniz em “Vidas em Conflitoâ€, nos anos 60. Também foi um dos principais atores dos filmes produzidos no movimento do Cinema Novo.
Como ator, iniciou a carreira em produções teatrais do Centro Popular de Cultura (CPC) da Une, passando por participações importantes em clássicos do Cinema Novo de diretores como Glauber Rocha (Terra em Transe), Cacá Diegues (Ganga Zumba) e Leon Hirzman (Cinco Vezes Favela). Em “Compasso de Esperaâ€, de Antunes Filho fez par romântico com Renèe de Vielmond que intrepretava uma branca rica e seu personagem era um poeta negro que convivia com problemas existenciais por causa do preconceito do qual era và tima constante.
Zózimo Bulbul dirigiu “Abolição†em 1988, que marcou o centenário da Abolição da Escravatura no Brasil, descrevendo várias situações enfrentadas pelos afrodescedentes brasileiros até hoje. Mesclando trechos em cores e outros em preto e branco, o diretor entrevistou vários negros brasileiros mostrando que as dificuldades do povo negro não acabou em 13 de maio de 1988. “Abolição†foi premiado internacionalmente, mas infelizmente no Brasil não mereceu a devida atenção. Outros trabalhos como diretor incluem "Alma no Olho" (1973), "Dia de Alforria" (1980) e o curta-metragem "Pequena áfrica", que mostra locais da cidade do Rio de Janeiro que, entre os anos de 1850 a 1920, eram habitados por escravos alforriados. Zózimo Bulbul fundou o Centro Afro Carioca de Cinema, onde dá destaque e visibilidade para as produções de cineastas negros (as) com o IEncontro de Cinema Brasil áfrica, afirmando que “o Encontro foi uma oportunidade de mostrar a nossa cara, de se ver os filmes e debater a respeito dos mesmos, pois pra mim é muito importante debater o cinema, não basta só assistirâ€.
 Zózimo diz ainda que quando abriu o Centro Afro Carioca de Cinema, sabia que era uma arma, e que ia dar frutos lá na frente. “Ao invés de comprar um ‘38’ ou uma metralhadora, e ir para favela, eu optei por trazer a favela aqui pra dentro, pra estudar o audiovisual, o cinema, que para mim é a arma mais moderna que existe hojeâ€, declarou o cineasta.``